Rio Grande do Sul - Santo Ângelo


Outra cidade do meu Rio Grande que admiro muito é Santo Ângelo.
A "Capital das Missões", como também é chamada, terra com história riquíssima e belezas naturais e arquitetônicas, Santo Ângelo desponta como um dos pólos do Noroeste do Rio Grande do Sul, mostrando sua beleza e potencial.



O município faz parte dos chamados Sete Povos das Missões e suas origens remontam ao período espanhol, sendo parte dos povoados criados nos séculos XVII e XVIII por padres jesuítas espanhóis nos atuais territórios do Brasil, Argentina e Paraguai.


A redução de Santo Ângelo Custódio (ou Sant'Angel Custódio) foi fundada em 1706 pelo padre belga Diogo de Haze, da Companhia de Jesus. Acredita-se que primeiramente a redução foi instalada nas proximidades da forqueta dos rios Ijuí e Ijuizinho. É no centro que está uma das mais belas catedrais do RS.


Seu estilo é neoclássico, com arcos, colunetas, molduras e ornamentação. Está localizada no mesmo lugar da igreja da redução de Santo Ângelo Custódio que foi construída em 1706.


Há no alto do pórtico imagens esculpidas em pedra grês, representando os santos padroeiros dos Sete Povos das Missões: São Borja, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São João Batista, São Lourenço Mártir, São Miguel Arcanjo e Santo Ângelo Custódio (Santo Anjo da Guarda).



No seu interior, abriga uma imagem em madeira de Cristo morto, de origem missioneira, em tamanho natural, datada de 1740 e esculpida em cedro.



No final de 2008 após um ano e sete meses de portas fechadas para reforma, a Catedral foi reaberta ao público, e os frequentadores depararam com o fundo do altar sem as imagens dos índios sendo catequizados. Polemicas politicas e religiosas, enfim, outro acontecimento também que fiquei sabendo foi que no início da década de 1990 o artista plástico Tadeu Martins iniciou a pintura de um painel com índios guaranis seminus e padres jesuítas, representando a catequização ao tempo dos Sete Povos das Missões. A imagem causou tanta polêmica entre os fiéis que durante missas e casamentos, uma cortina cobria o painel Saga Missioneira.


Rio Grande do Sul - Detalhes de Santa Cruz do Sul


Santa Cruz do Sul é um dos principais núcleos da colonização alemã do Rio Grande do Sul. A colônia foi fundada por lei provincial em 6 de dezembro de 1847. Os primeiros habitantes da cidade vieram dos distantes lugares nas regiões do Reno e da Silésia, em 1849. Eles se estabeleceram na Colônia Picada Velha, hoje conhecida como Linha Santa Cruz.


Os alemães começaram a imigrar organizadamente para o Brasil em 1824, menos de dois anos depois da proclamação da Independência, por iniciativa do próprio Dom Pedro I, preocupado em povoar extensas regiões do Sul, ainda desabitadas e expostas à cobiça dos vizinhos do Prata. O Imperador não pensava apenas em força de trabalho e ocupação de espaço, mas até em soldados prussianos remanescentes da resistência a Napoleão e outras guerras, que poderiam defender as fronteiras. Bem mais tarde, em 1851, 1.800 deles, conhecidos como os Brummer, seriam contratados pelo governo brasileiro especificamente para a guerra contra o ditador Rosas, mas passaram por penúrias e foram desertando e se incorporando às colônias alemãs do Sul. A escolha dos alemães se facilitou, também, pelo fato de a imperatriz Dona Leopoldina ser germânica da casa de Habsburgo.


Mas os imigrantes que vieram em maior número, bem como minha família, os Hundertmarck foram agricultores e profissionais de ofícios, que aceitaram partir para a aventura do desconhecido, trazendo a esperança como bagagem maior, por causa das dificuldades que enfrentavam em sua terra, de um lado arrasada pelas invasões napoleônicas, e de outro sucumbindo ao processo de industrialização em curso na Europa. Chegando ao Brasil, logo perceberam que tinham sido aliciados com algumas promessas que não seriam cumpridas. Mas não havia caminho de volta. Depois de entrar no navio, a única alternativa era renunciar à própria pátria, onde não havia mesmo muita esperança, e adotar a plena cidadania brasileira.


Sem esmorecer, eles enfrentaram as adversidades, construíram seus ranchos, desbravaram matas e faxinais, sobreviveram e prosperaram. Com o tempo, suas povoações se transformaram em vilas e cidades, as picadas em estradas, as artes de ofícios em indústrias de porte, os armazéns em empórios comerciais. Sem dominar a língua do País, os colonos educaram seus filhos com limitação de escolaridade, mas com robustez de valores éticos e morais. Assim, apoiados no tripé inquebrantável de fé-educação-trabalho, muitos deles, pelas gerações afora, galgaram posições de liderança, especialmente no mundo do trabalho, mas também nas profissões liberais, no magistério, no clero, no esporte, em carreiras técnicas, militares e tantas outras pelo Estado e pelo País.


Nos primeiros seis anos de imigração (1824-1830), mais de cinco mil alemães chegaram ao Rio Grande do Sul, para ocupar principalmente terras devolutas, nelas fixando suas pequenas propriedades, sob as condições impostas pelo Império. Reconhecendo sua eficiência e seu grande devotamento ao trabalho, e temendo a concorrência, quiseram os estancieiros que esses imigrantes fossem peões em suas fazendas, carentes de mão-de-obra. Por causa dessa pressão, De grande força política, o fluxo imigratório foi suspenso em 1830, e assim permaneceu até o final da Revolução Farroupilha, que começou cinco anos depois e se estendeu por mais uma década. Somente em 1847 é que voltaram à pauta as imigrações, agora transferidas para a responsabilidade da Província. O governo provincial criou, então, a Colônia de Santa Cruz, no município de Rio Pardo, para onde passaram a ser encaminhados todos os alemães imigrados durante um certo período.


A vinda regular de alemães para o Estado se interrompeu em 1914, quando a Alemanha se envolveu na Primeira Guerra, parecendo que os laços com a pátria-mãe se romperiam definitivamente. Legiões de imigrantes germânicos tinham sido acolhidos aqui, trazendo importante contribuição à força de trabalho e à construção do desenvolvimento agrícola e industrial. E esta população se engrossou muito rapidamente por causa da tradição de famílias numerosas. Jean Roche menciona que a taxa de natalidade, nas duas primeiras gerações de imigrantes, se situava entre seis e 13 filhos por família. O modelo da colonização européia sempre foi bem aceito, inclusive pelas autoridades, por sua importante contribuição social e econômica. Júlio de Castilhos, no auge de seu poder quase absoluto, em mensagem ao governo central, certa vez assim se referiu à imigração européia, que estava em curso: “Importa desenvolver a imigração denominada espontânea, única a que sou doutrinariamente adeso. O colono aqui se transforma logo em pequeno proprietário agrícola, sente de imediato bem-estar em sua modesta propriedade, adquire condições de fixidez normal, radica-se afetuosamente ao solo hospitaleiro, que lhe dá o pão para a família e a prosperidade doméstica, e adapta-se facilmente aos nossos hábitos País.


A cidade é conhecida por ser a sede da maior Oktoberfest do Rio Grande do Sul.


Atualmente o principal estímulo econômico da cidade vem das plantações de fumo, que trouxeram para a cidade inúmeros fabricantes de cigarro e distribuidoras de fumo, como Universal Leaf Tabacos, Philip Morris, Souza Cruz, ATC, Alliance One entre outras. A cidade também possui outros ramos fortes em sua economia, como o comércio e serviços.
No município são industrializados cerca de 13.967 toneladas de fumo/ano. Possui em torno de 3.400 propriedades rurais, com média de 2,6 hectares de extensão, totalizando mais de 6.500 hectares cultivados.






Com isto, o segmento comercial é hoje representado por aproximadamente 3.277 estabelecimentos e mais 2.793 empresas de prestação de serviços. Na totalidade o município tem 533 indústrias e 3.914 profissionais autônomos, formando uma rede bem estruturada.



Túnel Verde - Rua Marechal Floriano Peixoto
O centro comercial de Santa Cruz do Sul é abrigado por um túnel feito de árvores. Além da beleza das árvores, que oferecem privilegiada sombra à população, a Rua Marechal Floriano é passagem obrigatória para todos os visitantes da cidade. Sendo uma das primeiras ruas criadas no município, a Marechal possui diversas opções de compras e lazer.




Prédio da Prefeitura Municipal




Praça da Bandeira
Nesta praça está localizada a Prefeitura Municipal, cujo prédio, em estilo neoclássico, data 1889. A praça ainda comporta monumentos de personalidades ilustres, playground e a Gruta da Coquinha, construída com pedras sobrepostas.


Enfim, Santa Cruz do Sul é conhecida por suas ruas largas, limpas e arborizadas e por seus jardins floridos e bem cuidados, que demonstram hábitos herdados dos imigrantes. Nesta paisagem, está inserido o patrimônio arquitetônico de Santa Cruz do Sul com inestimável valor artístico e histórico.
Num final de semana pode-se conhecer o atual prédio do Fórum, em estilo renascentista, e a Associação Pró-Cultura, ambos tombados pelo Patrimônio Histórico Estadual como exemplo de belas artes aplicados à arquitetura. Também, destaca-se a Catedral São João Batista, um dos maiores templos em estilo Neo-Gótico da América Latina.


Bom, não resisti e cliquei essa linda garotinha de Santa Cruz do Sul.